quinta-feira, 25 de novembro de 2010
A pensar...
Ontem tive um conversa interessante com o meu miúdo. Estava ele a dizer para largar este amor que tenho à minha profissão e atirar-me para outras coisas, abrir os horizontes, que até sou uma gaja simpática e se calhar até seria capaz de de também ser uma fenomenal "vendedora de coisas". Eu relutante como sempre em relação ao assunto, comecei logo a ficar mal disposta. Ah, sim agora vou mesmo entregar a minha carteira profissional, vou mesmo deixar de ser feliz só para ganhar mais dinheiro, sou incapaz de deixar de lado este fundamentalismo jornalista para ir por aí a defender marcas e produtos desses gajos capitalistas , é que é já a seguir. Bom, a bem da verdade é que se o mundo editorial puro e duro não me sorrir num prazo em que vou a partir de agora definir, se calhar até sou bem capaz de abrir os meus horizontes. Mas custa-me, custa-me muito, tanto que me custa que ontem dizia eu ao rapaz que nunca, um único dia, me levantei com a angústia de ter de ir trabalhar - rara excepção de quando decidi mandar o meu patrão-presidiário-com-musgo-nos-dentes às urtigas (conto esta história gira no post seguinte, aguardem). Foram apenas dois dias em que me levantei, em que estava infeliz antes de ir trabalhar e que mesmo nos quadros da empresa não fiz por menos. Ao segundo dia de infelicidade apresentei a minha carta de demissão e foi como se me tivessem tirado um tijolo de cima de cada ombro. Mas será que não é possível aliar a profissão à satisfação. Durante 10 anos achei que sim, agora já não sei. O homem, sábio nestas coisas, diz que isso às vezes não é suficiente e eu ali fico a pensar nestas palavras com uma lagrimita ao canto do olho, só de pensar na possibilidade de entregar uma carteira de jornalista já com tanta história. Gente, já lá vai uma década, uma década senhores!
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1 comentário:
Calma, primeiro vendes-te aos capitalistas e para compensar, escreves o teu livro. Assim juntas as 2 coisas - a guita e o prazer pessoal. hehehe
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