sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Afinal sofremos de overdose!

Agora sim, finalmente entendo porque os portugueses andam tão mal encarados. Isto tinha que haver aqui gato! As olheiras, o baixo peso, as faces pouco rosadas não podiam ser apenas devido ao aumento dos impostos ou porque a taxa de desemprego sobe todos os dias ou simplesmente porque a cada dia lhes sobra menos dinheiro nas carteiras. Vocês acham mesmo que isso iria afetar este povo tão pacato, tão sereno e tão introspetivo? Esse tipo de coisas só dá cabo da cabeça dos espanhóis ou dos gregos. Nós por cá não! Por detrás disto só poderia haver outro motivo e que se prende obviamente com questões de saúde. Afinal, o que se passa connosco é muito mais grave. Os portugueses sofrem neste momento de overdose (de intervenção) do Primeiro-Ministro, e quem o diz é um especialista sobre esta adição, Marques Mendes. Ora, visto que está descoberto o problema, bora lá mandar esta gente toda para uma clínica de reabilitação o quanto antes, porque corremos o risco da ressaca ser pior do que o vício!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O ser estranho que pode ser a senhora da limpeza!

É com alguma incredulidade que vos conto hoje a história da senhora da limpeza da minha empresa. Ora a senhora da limpeza costuma ser um ser pacífico, alguém que nos deixa o ambiente de trabalho mais harmonioso, alguém que se lembra sempre de deitar a caixa do iogurte fora quando o esquecemos em cima da secretária, alguém que leva sempre o lixo do dia anterior e o mais importante para esta história, alguém que nunca faz comentários sobre a sua vida ou sobre a vida dos outros. É alguém que, em circunstâncias normais, nunca dá problemas. Entra muda e sai calada. Pois é, mas as habilidades da senhora da limpeza da minha empresa vão para além disto! A senhora da limpeza é romena e mulher para os seus 50 anos. Entrou ao serviço há pouco mais de três e a sua primeira ocupação foi dizer mal da colega que tinha vindo substituir. Dizia a uma, dizia a outra e a malta até ia estranhando tal comportamento, mas deixando passar a língua afiada da senhora. A romena contava ser engenheira geográfica no seu país e ginástica. Para nos fazer acreditar na sua história (mesmo que não duvidássemos) fazia questão de dar cambalhotas na sala de imprensa, provando assim ser uma atleta ao nível da medalha de ouro! A romena acusava que quem deixava cair, por lapso, um furador com bolinha lá dentro no chão, só o fazia para a obrigar a apanhar tudo, e dar-lhe mais trabalho. A romena começou a falar mal de uma, de duas, de três, de todas as pessoas do escritório, sem que alguém alguma vez a tivesse tratado mal. A romena fez anos e nesse dia colocou uma farta mesa de comida no jardim da empresa para que todos lhe cantassem os parabéns (algo que nenhum colaborador efetivo ousou fazer), e depois chorou porque nos foi impossível ir em grupo fazer-lhe a festa. A romena perguntou-me, depois de no dia anterior ter saído com o chefe para uma reunião, o seguinte: "Entô, já foi a Sintra?"... eu a apanhar bonés perguntei? "Hã?"... "Sim, ontem foi pra Sintra com o Patrôn?". Ora para quem ouvisse de fora, até parecia que eu tinha ido ali ao Delirius Motel dar uma rapidinha! A romena é, portanto, um lobo em pele de cordeiro! Moral da história: a romena tinha um pirulito a menos e deixou hoje de ser a nossa senhora da limpeza! Alguém alguma vez ouviu a história da empregada de limpeza que teve que ser despedida por ser a intriguista da zona? Para mim foi a primeira vez!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Não existem respostas certas para a polícia!

Adoro os meus contactos imediatos de 3º grau com a polícia! Sinto-me sempre um ser de outro planeta quando me deparo com as autoridades. Ontem, cometi um erro crasso, a pensar estar a virar numa rua seguinte, virei na anterior, que claro está era sentido proibido. Como os azares me perseguem nos últimos tempos, fiz inversão de marcha, assim que reparei no erro cometido, onde estavam três polícias em amena cavaqueira. Pode a sorte fugir-nos das mãos tão de repente? Pois claro que o sr. agente me fez parar de imediato: "Oiça lá, sabe que sinal é aquele?"... E então qual é a resposta certa a esta pergunta? A resposta certa não existe, meus amigos! Fosse qual fosse a resposta, a indignação do polícia seria sempre a mesma, ainda que com nuances diferentes. Mas mantendo, obviamente, a minha postura de pessoa civilizada e honesta, respondi: "Sim, sei qual é o sinal". Resposta imediata do agente:"Ai sabe, então ainda é pior!". Claro está que se tivesse respondido o contrário teria obtido a mesma reacção: "Ai não sabe? Então ainda é pior!". Bom, lá expliquei ao senhor que pensava que estava a virar na rua a seguir e que só fiz inversão de marcha mais à frente para não criar nenhuma situação de perigo (ai que a miúda é cheia de boas intenções!). E lá me mandou ele embora, abanando a cabeça, fazendo-me sentir uma burrinha, pobrezinha ou parvinha do pior! E lá segui eu o meu caminho, cabisbaixa, aceitando as "orelhas de burro" que uma autoridade tem por costume colocar junto dos infractores! Mas há sempre um lado positivo nestas histórias, neste caso foi que mesmo sendo burrinha, pobrezinha ou parvinha não tive direito a multinha!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Vida doméstica é dura!

Hoje decidi fazer um discurso profundíssimo sobre a minha vida familiar (Leiam, leiam que vocês aprendem muitas coisas comigo ou então não leiam que este "profundíssimo" é muito relativo). Aqueles que conhecem bem a minha história sabem, obviamente, que a minha condição de partilha de mesa-cama-e-roupa-lavada (vulgo união de facto) é recente (mais propriamente 10 meses)! E não pensem que vou para aqui dizer que ando cansada de lavar meias, cozinhar ou limpar o pó... qual quê, isso é para meninos! Essas futilidades lá me abalam? A minha vida é frenética sim, mas não porque saio de casa cedo ou porque tenho que ir colocar a filha à escola ou porque tenho de a ir buscar...Não! A minha vida é frenética porque nestes 10 meses eu já fiz tanta, mas tanta coisa... que ao final de uma semana sinto-me deveras enfadada. E esse facto deve-se ao homem que comigo partilha mesa-cama-e-roupa-lavada! Ora então passo a explicar: se numa semana se dedica ao "aluguer" de filmes, nessa semana temos que papar os 350 filmes que ele "alugou"! Se na semana seguinte o tema é a bicicleta temos que fazer 10 km por dia para nos prepararmos para ser os próximos camisas amarelas do concelho de Sintra! Mas na semana logo a seguir o interesse passa para o surf e, sem dar por isso, eu já estou vestida com um fato de borracha preto a dominar aquelas ondas gigantes da Foz do Lizandro (qual Kelly Slater, qual quê!). Se por acaso ele vira a sua atenção para a nossa viagem a Itália, eu passo nessa mesma viagem a ir também até à Croácia ou então às ilhas Gregras, que são ali mesmo ao lado, estão a ver?! Claro está que no meio de todo este devaneio doméstico eu não fiz nada do que estava planeado... mas convenhamos os músculos doridos do surf ou da bicicleta, as viagens todas que tive que fazer em quatro dias ou todos os filmes que "engoli" em tão poucas horas... deixam-me estafada, mesmo antes de começar!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Tenho um mono lá em casa...

Calma, muita calma, não, ainda não adotei outro animal, este para começar já me está a dar muito trabalho. Mas é um facto que tenho um mono lá em casa e esse mono entrou lá no momento em que Sr. R. também entrou. O problema é que eu até podia ter uma relação de amor/ódio com esse mono, mas não... apenas tenho uma relação de ódio (e ponto final). Sempre que ele me salta à vista crescem alguns sentimentos cinzentos dentro de mim... depois tento distrair-me com alguma mosca que passa para não desatar ao pontapé! Ontem vivi um desses momentos, mas como a semana tem sido bem stressante e o homem até tinha vindo do surf todo relax, achei por bem conter-me. Esse mono que vive lá em casa frustou toda a ideia bonita que se pode ter sobre a reciclagem. É um mono que está ali, sem um uso verdadeiramente dito, porque mesmo que os residentes daquele lar finjam que fazem tudo direitinho para utilizá-lo, é a mais pura das mentiras. O mono deixa-me mal disposta e foi realmente o pior investimento (50 euros) dos últimos tempos. Um pouco curiosa sobre se a palavra mono quereria dizer algo mais do que macaco resolvi pesquisar e encontrei o significado que encaixa na perfeição. O Dicionário Priberam diz que o meu mono lá de casa, para além de símio, macambúzio, bisonho ou coisa pode também significar, tcharraammm: Mercadoria sem venda no comércio....et voilá, pode haver melhor descrição para o caixote de reciclagem que tenho lá em casa?!!!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A primeira e última vez!

É a primeira e última vez que falarei do novo membro da família no meu blogue. Se me desviar deste propósito, por favor, podem dar-me um murro no alto da pinha. Mas tenho que partilhar esta história. Ainda o gato não estava há 48 horas na nossa casa e já vivemos momentos "diabólicos". Ou melhor, típico de quem não conhece minimamente como um felino se comporta e fruto da inexperiência de criar um animal deste calibre. O Lucas foi para baixo do sofá e até aqui tudo tranquilo. Beatriz no computador, eu sentadinha no sofá, Ricardo perdido pela sua navegação pela net. Onde está o gato? Onde está o gato? O gato foi para baixo do sofá, mas não está debaixo do sofá! Começámos a chamar, a procurar por toda a casa, o desespero apodera-se de D. Beatriz Cardoso e do Sr. Ricardo de Almeida. Eu que antes tinha estado com a janela da sala da sala aberta fui acusada de ter deixado o felino voar pela mesma. Impossível, o gato não aparece, e só pode ter-se suicidado, atirou-se do primeiro andar, isto era a explicação lógica encontrada pelos outros residentes da casa! Beatriz chora desesperada, Ricardo está muito sério, mas continua a procurar! O chorrilho de acusações para cima de mim continua. Eu mantive-me serena, porque os outros dois estavam visivelmente desesperados, mas por dentro a adrenalina subia. Acho que foram os 10/15 minutos mais longos da minha vida! Impossível! Impossível! O gato não podia ter passado por mim na janela, sem eu o ver, mas para os outros era a única explicação. Eu mesma já estava a duvidar da minha sanidade mental! Mas tá tudo maluco ou quê? Anabela Cardoso, apelidada já pela sua filha, numa outra situação, de a Hércules de Massamá, levanta o sofá e numa tábua lá estava ele, todo tranquilinho, com a cabecita sobre as patas, a tirar o cochilo dos deuses... E eu que estava quase a ir para a forca, acusada de "negligência" felina, saí desta história como uma heroína! Depois disto tudo, a adrenalina (apesar do meu estado de serenidade) estourou e a dor de cabeça instalou-se de tal forma, que estive quase para deixar de falar com aqueles três que agora moram lá por casa!