quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Viva o registo civil

Hoje fui à loja do cidadão pedir finalmente o meu cartão de cidadão. O meu BI estava desactualizado desde Junho. Andava por aí eu ilegal, com medo que a polícia me catasse. Na verdade estava à espera de levar um raspanete da pessoa que me atendeu, mas o senhor funcionário público era simpatiquíssimo, disse que ainda não tinha assim passado tanto tempo, o que me levou a pensar que deve andar por aí boa gente com a sua carteira de identidade desactualizada há mais de um ano. Estava também à espera de levar um belo chá de cadeira e fui preparada para isso. Levei o meu saquinho com o farnel (ai que probreza) e um livrozinho. A verdade é que fui atendida em menos de uma hora. Diz o senhor que a malta portuguesa anda a esquivar-se em actualizar a sua identidade, simplesmente porque é cada vez mais caro fazê-lo. Pois é queridos, paguei a módica quantia de 15 euros. Ainda me lembro quando não existiam estas modernices todas da tecnologia, em que nós levavámos as nossas fotos tipo-passe, em que nos sujavam os dedos para recolher a nossa impressão digital e em que pagávamos apenas 3 euros pelo papel que iria ser plastificado e que nos identificaria para a vida.

O que aconteceu hoje, com estas novas tecnologias, é que na foto digital que me tiraram no momento não tive grandes oportunidades de conseguir obter um resultado "tipo quadro pintado a óleo", e lá está, fiquei com cara e cabelo de quem tinha sido acabada de ser lambida por um chimpazé. Para além disso e para grande desgosto meu, o senhor não me conseguiu "apreender" as impressões digitais, porque segundo o mesmo os meus dedos estavam sem força suficiente para a máquina me catar. Ora só por isso, e por não ter ficado com as mesmas digitalizadas acredito que merecia um desconto no preço final, não?

Fora todas estas ralações, o momento que passei por lá até foi de certa forma divertido. Contou-me o senhor funcionário público que me atendia que tinha acabado de passar por ali um furacão. Uma senhora tresloucada que queria renovar a sua identidade, levava consigo 4 fotos tipo-passe (como antigamente era necessário) e portanto recusou-se a tirar a foto na máquina digital dos registos. Perante a recusa dos serviços em aceitarem as suas fotos tiradas lá no fotógrafo do bairro, a senhora deu-lhe um chilique e partiu vários computadores da loja do cidadão de Lisboa. Os seguranças tentaram travá-la e ela virou-se contra eles. Veio a polícia e levou-a para os calabouços. O senhor funcionário público ainda estava a panicar a contar-me a história e eu triste por não ter chegado uns minutos antes para vos poder relatar esta história aqui, mas ao vivo e a cores! Que peninha! Assim, o resumo teve que ser assim, em discurso indirecto!
Depois fiquei tão animada com estes portugueses cheios de garra, capazes de se insurgir perante qualquer obstáculo e acabar com os computadores do registo civil que entrei numa loja e comprei mais umas botas. Shame on me!

3 comentários:

Beauty Fashion Lounge disse...

Muito bom heheheh mas revoltarem-se contra este governo de caca ninguém se revolta e vai daí quem paga são os computadores, enfim...

E tu shame on you, mais umas botas para o teu closet ai ai

Ana disse...

Se tivesses ido renovar o teu BI por alturas de Junho, terias pago menos 5 euros, pelo menos, e poderias tê-lo feito numa hora marcada por ti, já que a minha querida mãe não se importaria de o fazer. Mas agora já está. Já não há volta a dar, até porque a mãezinha já se reformou :))
E as botas são de que cor? Muito bem, há que contribuir para o crescimento da economia lol

Party Girl disse...

Epá, juro que ainda pensei na tua mãe, mas sabes qual foi o problema é que deixei passar tanto tempo que preciso dele pronto rapidamente para tratar de alguns assuntos e sei que como a tua mãe teria que enviar o BI para os serviços centrais (o último BI foi ela que me fez)eu achei que me despacharia mais rápido assim. As botas são pretas, altas, de camurça girissima, estou tão feliz com esta compra. eheheh