Pânico no aeropoto

1ª parte - Argelino ao ataque!

Fila de check in para São Paulo aberta, 10 minutos depois, o sistema informático da TAP vai à vida! Informam que o check in será feito de forma manual. Começo a ver a minha vida a andar para trás. Coloco a mala de mão no carrinho, sento-me no carrinho da bagagem e por burrice total, viro as costas às malas (sim, sim, facilitei e não foi pouco)! Atrás de mim uma fila de pessoas que me parecem totalmente honestas! Alguns minutos depois, o meu anjinho da guarda (só pode ter sido ele), toca-me no ombro: "Ó tony, se calhar está na hora de olhares para trás e veres se a tua mala de mão ainda está no mesmo sítio, não?". Olhei, olhei e numa fracção de segundos a mala tinha desaparecido (pânico, escusado será dizer!), olhei ao redor, poucos metros à frente um rapaz de aspecto duvidoso (tinha mesmo!) levava um grande volume nas mãos, coberto por um pullover de losângulos. Era a minha mala (Carlinha, a que tu me deste! Mais uns segundos sem o anjo da guarda me alertar e ficaria sem todos os documentos, bilhete de avião, dinheiro da empresa, telemóveis... basicamente não sairia mesmo de Portugal naquele dia e nos próximos). Corri atrás dele, agarrei-lhe pelo braço e gritei: "Ei, onde é que pensas que vais com a minha mala?". Algumas pessoas correram em meu auxílio, agarrando-o também, enquanto outros gritavam pela polícia! Foi o frenesim total naquele aeroporto! Arranquei-lhe a minha malinha das suas mãos e ele ainda teve a lata de resistir (pois então, a mala até era dele)! Surge a polícia e leva-o para a seccção de achados (que belo acahado, não?) da PSP!

2ª parte - Ansiedade na polícia

Fui apresentar queixa, a polícia ainda me perguntou se queria mesmo, eu claro que respondi afirmativamente! E ele (o vagabubdo) ali estava também, cara a cara comigo, detido no local. Era argeliano, sem documentos, está claro, e já tinha cadastro, embora com dois nomes diferente. Disse que se chama Amin, depois disse que se chamava Patrick. Presentes no local, estavam três agentes da PJ. Pareciam aqueles agentes patuscos da série do cão "Max" (lembram-se?). É que era tal e qual! Gozavam com tudo e mais alguma coisa e ainda ofereciam porrada a quem lá estava detido (sim, sim, era mais do que meu argelino de estimação!). Mas na verdade, eles é que descobriram, num espeço de poucos minutos que o gajo estava mesmo referenciado na polícia, sob vários nomes falsos (uma das vezes, pelo que percebi, apanhou porrada de um black jogador de basquetebol a quem também tentou larapiar no aeroporto)! No final, fiquei a perceber um bocadinho melhor, porque razão muita gente não se dá ao trabalho de apresentar queixa! Estive uma hora lá retida, para o polícia fazer, em computador, a formalização da queixa, onde consta apenas os meus dados, os da minha testumunha (ainda há almas boas) e um texto de sete linhas a descrever o que se passou! Nisto tudo, claro, fui das últimas a embarcar!

Qualquer semelhança destes factos com a realidade... é pura realidade! Aconteceu-me a mim, há pouco mais de 24 horas, quando tranquilamente tentava embarcar para o Brasil!

Hoje já cheguei finalmente depois de ter apanhado um táxi, um avião de 10 horas, uma van de 4 horas e mais um táxi! Eu cheguei malta, eu cheguei...